Se você tem muito dinheiro, então significa que alguém está trabalhando por você. O dinheiro é a representação do trabalho, porém existe uma coisa chamada “mais valia”, que é simplesmente ganhar dinheiro em cima do trabalhador. Em alguns minutos de trabalho, em uma fábrica qualquer, o operário já produziu o necessário para pagar seu dia, portanto tudo aquilo que for produzido, de ora em diante, irá para as mãos daqueles que menos trabalham. Assim sendo, aqueles que menos produzem são o que mais ganham.
E os trabalhadores, gradativamente envolvidas com seus sonhos, pensam trabalharem para tornarem-se proprietários de muitos bens (quem sabe, algum dia, tornar-se patrão), quando na verdade estão mantendo o capital e o mundo tal qual está, sem quase nenhuma mobilidade de classes. O trabalhador vive da crença no futuro (crença derivada do "direitismo cultural" imposto por variados âmbitos), e está crença faz deles, os trabalhadores, fantoches da burguesia e os lança perante o trabalho como realizadores, não de seus sonhos, mas dos sonhos dos burgueses. O salário mínimo do trabalhador e o lucro exorbitante do capitalista, tiram, e isso é um fato, qualquer possibilidade de pensarmos em meritocracia e mobilidade de classe. A corrida para alcançar os troféus são desiguais, portanto a elite, aquela que detêm os meio de produção (conseguidos através de roubos históricos, passado de geração em geração), sempre estará a anos luz na frente dessa corrida, pois ela já nasceu com a vida ganha e seus privilégios são justificados historicamente, ou em outros casos, justificado pela ideia absurda da meritocracia.
O trabalhador que, não somente foi roubado durante o processo de produção, mas foi roubado sistemicamente durante a história e possui uma herança de pobreza, também é roubado após o recebimento de seu misero salário; pois sabemos que o trabalhador logo ao obtêm o salário terá uma série de responsabilidades, e terá de deixar uma porcentagem de seu ganho nos gastos básicos, exemplo, agua, luz, aluguel, comida, etc. Depois que o trabalhador arcar com os gastos básicos, ele ainda estará sendo cobrado por meio das propagandas à participar da sociedade consumista. E ele irá, em resumo, devolver a esmola recebida para a mesma classe que o explorou.
O trabalhador está cada dia mais, contentando-se com esmolas, pensando ser hora extra. O "direitismo cultural" vem tornando o povo calado perante os roubos da burguesia e induzido a lutar contra todos aqueles que querem inverter a situação; nunca tivemos uma época tão absurda, onde o escravo defende seu senhor e luta contra os emancipadores.
Jeferson do nascimento Machado
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